domingo, outubro 25, 2009

Ir de viagem

Deixar a casa organizada. Ter-me despedido de ti, mãe!
A mala está feita.
Falta arranjar só as coisas que quero levar na mochila.

Daqui por algumas horas estaremos em Barcelona. Apetece-me tanto!!!

Facebook e o Andrei

Como tive oportunidade de conhecer o Andrei no Doc Lisboa 09 hoje procurei-o no Facebook e encontrei-o! Não resisti a enviar-lhe uma mensagem a felicitá-lo mais uma vez.


E pronto foi simples tenho o Andrei Descalescu no meu Fecebook e recebi a seguinte mensagem dele como resposta à que lhe enviei:


"Muito Obrigada Maria João, por favor escreve isto na página do filme, vai em anexo o link. Estou muito contente por ter estado em Lisboa, e desejo-te toda a sorte do mundo e muitas felicidades."


«Mais uma vez, Andrei, Muitos Parabéns pelo filme "Constantin and Elena", ao qual tive privilégio de assistir no Doc Lisboa 09. Foi um filme que me tocou profundamente e com uma sensibilidade rara de se encontrar num realizador. No meu dia-a-dia porque sou enfermeira acompanho muitas pessoas idosas e sobretudo em fase terminal. Essas pessoas, a cada dia, ensinam-me muito sobre a vida e as relações... O teu filme é um retrato muito comovente sobre tudo isso e acerca da harmonia da vida de um casal e de uma família... As maiores felicidades!»

A nossa voz

A voz diz muito daquilo que somos no interior (disse Mariza numa entrevista).

Ultimamente os outros têm caracterizado a minha voz com significações muito particulares. E acho que isso é bom...

sábado, outubro 24, 2009

"Constantin and Elena", um filme de Andrei Dascalescu

Fui este ano ao Doc Lisboa pela segunda vez ver este filme que me impressionou e tocou muito. No fim, a oportunidade de uma conversa com o realizador Andrei. Muito jovem, doce, humilde e genuíno tal como o filme. Adorei este filme!
O filme deixa-nos uma mensagem muito bonita: sermos felizes com aquilo que temos e viver a vida em harmonia, connosco e com os outros!

Quando se filmam pessoas normais, quando se acompanha o seu quotidiano ao longo de meses e anos, é quase inevitável que se comece, de algum modo, a fazer parte da família. E, para um cineasta documental, o desafio é precisamente encontrar esse equilíbrio que permita tornar-se quase invisível enquanto se filma e depois permita reencontrar o distanciamento durante a montagem. Por vezes, é precisamente o facto de esse equilíbrio cair mais para um lado do que para o outro que ganha o filme.
Constantin e Elena - cujos nomes coincidem com os de Constantino I, o primeiro imperador romano católico, e da sua mãe Helena, considerados santos pela Igreja Ortodoxa - recordam entre si os tempos difíceis que viveram juntos ("nunca fomos jovens", dizem a certa altura) e preparam-se para a morte que não há-de tardar. E Dascalescu constrói o seu retrato através de uma paciente e quase invisível acumulação de detalhes que sublinha a enorme dignidade e a improvável alegria de viver deste casal que se contenta com o pouco que tem, terminando num comovente momento de passagem de testemunho para a geração seguinte.

«Para o romeno Andrei Dascalescu, há algo de especial em vir ao DocLisboa apresentar o seu documentário "Constantin and Elena": "foi aqui que tudo mudou," quando apresentou o projecto no atelier de financiamento do festival, LisbonDocs, e encontrou o produtor (Roberto Blatt, do canal Odisseia) e o distribuidor que lhe possibilitaram dedicar-se em exclusivo durante dois anos a um "projectozinho que nem sabia se ia conseguir transformar num filme". Seleccionado este ano para a competição internacional, "Constantin and Elena" conta um ano na vida de um casal de idosos romenos, casados há 55 anos, que se preparam para a morte que não há-de tardar e vivem contentes com o pouco que têm. Em Lisboa para apresentar o filme, Dascalescu, que foi assistente do lendário Walter Murch ("o meu mentor") na montagem de "Uma Segunda Juventude" de Francis Ford Coppola, confessa a sua relutância em "apropriar-se" da designação de realizador...

O que o levou a decidir fazer um filme sobre Constantin e Elena?
Conheço-os há muito tempo e sempre me senti fascinado por eles, pelas suas histórias, pelo modo como vivem um com o outro, mesmo depois de 55 anos de casamento. Para mim, o modo como eles vêem a vida é uma lição sobre como ser feliz com o que se tem e não lamentar aquilo que não se tem. É algo que penso que falta ao mundo contemporâneo e que precisamos de recordar: temos mais razões para estar felizes do que para estar tristes. Constantin e Elena passaram os 80 anos, são pobres, têm problemas de saúde, perderam um filho, mas têm-se um ao outro, têm amor, estão em paz consigo próprios e com os outros.

Essa atitude perante a vida é algo particularmente romeno, face à história do país?
Curiosamente encontrei primeiro essa ideia na Bósnia, quando estava a fazer o som para um documentário. Estava a falar com pessoas que viveram coisas horrendas e que nos falam delas, e logo a seguir convidam-nos para ir beber um copo e a vida continua. Isso é algo que não encontro nos romenos, nem nos europeus ocidentais, mas que encontrei em Constantin e Elena. Penso que eles são a excepção mais do que a regra, na Roménia, mas espero que haja mais como eles.

Em nenhum momento sentimos que está ali, com eles, em casa, a filmar. Como é que conseguiu apagar-se dessa maneira?
Toda a gente me faz essa pergunta e, a certa altura, visitei-os e fiz-lhes a pergunta: como é que vocês são tão naturais face à câmara, como se eu não estivesse aqui? E responderam-me que nunca pensaram que eu estivesse realmente a fazer um filme que as pessoas fossem ver. Achavam que eu estava lá só a brincar com a câmara e a filmá-los a não fazer nada, nunca me levaram a sério nem por um instante. Se tivessem sabido que iam estar num filme que ia ser visto por muita gente em todo o mundo, teriam agido de modo diferente (risos).

Eles viram o filme?
Viram, e eu estava muito nervoso porque havia alguns momentos que podiam ser embaraçosos. Mas depois de o verem, fizeram a ligação com os tapetes tecidos em casa que vão deixar como presentes para as pessoas se lembrarem deles depois da sua morte: através do filme vão deixar algo de si próprios. Não estava nada à espera desta reacção, mas eles têm razão.

Esta é a sua primeira longa-metragem. Ainda se vê mais como um montador ou já se vê como um realizador?
Aquilo que comecei por fazer e aquilo que ainda acho que faço melhor é montar. Venho de um país que tem agora uma geração de realizadores fantástica, Corneliu Porumboiu, Cristian Mungiu, Cristi Puiu, Radu Munteanu... Quando vejo o que eles fazem, é isso que é realizar, e por respeito para com eles não gosto de usar a designação de realizador. Quando muito, cineasta».

DOC LISBOA, Competição Internacional

sexta-feira, outubro 23, 2009

Private para quem for capaz de me entender...

Se é que me faço entender, há coisas que foram “giras” durante um tempo mas que depois deixaram de o ser. Há jogos que queremos deixar de jogar: game over! Há coisas que se perdem e não ficam guardadas em nós porque deixam de existir no quotidiano e no resto do tempo. Há coisas que nunca conseguiremos entender. Há coisas que nos deixam de interessar porque deixam de ser importantes. Há coisas que são resultado do que vivemos. Há coisas que não queremos esquecer, porque apagá-las é apagar o que dói, o que magoa, e isso, é apagar-me… deixar de existir como o que sou. Há coisas que já não encaixam no puzzle da vida: porque a vida segue e não lhe podemos pedir que entenda, compreenda, pare, volte a poder ser. Há coisas que nos passam a ser indiferentes. Há coisas de que nem nos lembramos mais.
Nem precisamos…

Testemunho

Cruzámo-nos. Tinha um ar cansado e preocupado e triste. Cruzámo-nos. Ia beber café e permanecer ao seu lado durante toda a noite. Cruzámo-nos. Escutei com toda a atenção as suas palavras. Cruzámo-nos enquanto tocavam os cds de Chopin que trouxe. Estava a fazer uma massagem relaxante e de conforto ao seu companheiro, com quem partilhou a sua vida.

E mais uma vez, entendo o amor, o amor entre duas pessoas, o amor entre dois homens. O amor, só o amor, e uma entrega assim à pessoa que se amou durante toda uma vida...

De todas as vezes, é sempre assim...

E eu que achava que seria um exagero da realidade...
Quando uma pessoa não é aquela pessoa mas é a pessoa que nos faz lembrar uma pessoa, lembrança muito forte, gera-se uma reacção fisiológica descrita em alguns livros: taquicardia, hiperventilação, desejo de aproximação, todos os sentidos alerta, aumento da concentração focalizada, parar e ficar a olhar, "e ter uma paragem", como diz a Sónia. Há um momento quase de ausência em que me esqueço do que estou ali a fazer ou do que quero dizer.
Que figura de parva que devo fazer quando isto me acontece. Mas é magnético com esta pessoa, de todas as vezes que a avisto!

Para a Ana, mãe da Mariana e da Inês:

Guardo uma imagem vossa ternurenta.
Uma tarde amena de Outono, uma tarde calma, daquelas em que o sol continua a brilhar e as primeiras chuvas trazem o cheiro húmido da terra.
Ana está tranquila. Mariana agarra a mão da mãe, enquanto escreve num bloco de notas com uma capa bonita. Gosta também de escrever deitada de barriga para baixo, cruzar as pernas enquanto escreve e ficar a baloiçá-las como um balanço de vida. Mariana tem um timbre de voz lírico. Inês tem um sorriso muito expressivo e bonito.
Há incenso aceso e duas velas baixas, uma rosa e outra branca, a perfumar o ar. Antes de me ir embora apago-as devagar com um sopro de paz...

Ontem vivi momentos intensos que me deixaram comovida. Foram momentos de partilha, de despedida, de acompanhar a partida. As palavras de doçura e os abraços genuínos que aconteceram foram como uma vibração que nos transcende, quando o toque preenche a solidão, o silêncio de quem gostamos muito, a mágoa, a dor, a esperança, o sonho, o futuro, a vida…

quinta-feira, outubro 22, 2009

Para não esquecer

Ontem ouvi até ao mais ínfimo pormenor o significado de raiva retardada, e o que faz sentido - faz sentido! Fez-me sentido.

Hoje pela manhã uma pessoa que para mim é muito especial disse-me:
"João lembre-se que tudo o que perdeu, ganhou."
Foi demasiado imprevisível ouvir esta afirmação, tão bem dita... E as palavras chegaram-me assim desfocadas, fiquei sem saber como as encaixar em tudo, num tudo importante da minha vida. Ao longo do dia esta frase voltou, vezes e vezes, a fazer eco e fez-me pensar. Porque faz todo o sentido!
Esta frase é sábia porque encerra mais do que uma história.
Encerra uma história que me magoou demasiadamente, várias vezes. Mas por sua vez, conta a história que se seguiu a esta história e que me rasgatou, que me mostrou a beleza da forma mais pueril que conheço, com a qual aprendi o que é o amor, e o que é preciso para reparar uma ferida de amor, e o que eu quero que seja o amor, e o que me faz apaixonar incondicionalmente e o que é mais significativo numa história em que o amor nos atropela e acontece... sobretudo a perfeição no amor.

Quando cheguei a casa apeteceu-me tanto ouvir a tua voz e o teu mundo emocional (se um dia te conseguisse dizer e explicar o quão sólido foste para mim...) e foi por isso que te telefonei. Ouvi apenas a ligação estabelecer-se e só uma vez o sinal de estar a chamar e tu atendeste logo: a tua voz doce nesse instante, como se estivesses à espera desta chamada, como se adivinhasses o quanto me apetecia conversar contigo.
O passado conta?
O passado conta só quando há um passado feito de algo que é inesquecível e marcante na sua beleza, neste caso contigo. Pergunto-me o que me faz ter tantas saudades tuas, o que me faz tanto recordar de Ti e querer o que há suficiente de Ti em mim. E sei que é isto, que aconteceu hoje, e o passado porque ás vezes as coisas são maiores e mais vastas do que aquilo que pensamos.

quarta-feira, outubro 21, 2009

Acerca de Estremoz

O David encaminhou-me este mail:

ESTREMOZ

Maior avenida da Europa com iluminação de tecnologia LED

A cidade de Estremoz tem desde, anteontem, a maior avenida da Europa com iluminação pública de tecnologia LED (Diodo Emissor de Luz), ao abrigo de um programa de eficiência energética André Neves, administrador da Energia Viva, empresa responsável pelo projecto Rua LED, adiantou à agência Lusa que o município de Estremoz aderiu à iniciativa e inaugurou sexta-feira à noite a iluminação pública com aplicação de tecnologia LED, na Avenida 9 de Abril, com cerca de um quilómetro de extensão.

Segundo o responsável, a tecnologia LED na avenida quando comparada com a tecnologia de vapor de sódio, resulta em "melhor qualidade de iluminação, redução do consumo energético, redução de emissão de dióxido de carbono e poupança financeira".

O equipamento agora montado dura 14 anos e permite poupar 60% da energia consumida, adiantou André Neves.

João Carlos Chouriço, vereador do município de Estremoz, revelou que o projecto de iluminação da Avenida 9 de Abril com aquela tecnologia, envolveu um investimento de 40 mil euros.

A empresa indicou que a primeira "Rua LED" no Alentejo foi criada em Arraiolos, sendo a avenida de Estremoz a segunda na região, no âmbito deste projecto que está a ser desenvolvido por todo o país em mais de 30 autarquias.

Segundo a Energia Viva, o projecto Rua LED, iniciou-se em Pombal, em Abril deste ano, num teste piloto. O projecto enquadrase numa perspectiva mais ampla dos municípios substituírem as actuais fontes de luz por equipamentos do tipo LED.

A empresa, em colaboração com a Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo (AreanaTejo), vai também instalar a nova tecnologia na iluminação do espaço público em ruas de Portalegre, Sousel, Castelo de Vide e Marvão, no distrito de Portalegre.

19/10/09

segunda-feira, outubro 19, 2009

Fernanda!

A Fernanda!

Vou-vos falar mais um bocadinho da Fernanda. Cuidámos da Fernanda ao longo de mais de três meses... Lá em casa pai e mãe já a conhecem, de tanto ouvirem falar nas histórias da Fernanda... Inclusivamente a minha mãe, e o David, namorado da Ana, já falaram com a Fernanda ao telemovel!
O Dr. João (médico da D. Fernanda) tirou-lhe várias fotografias, tal como nós, e hoje, no dia oficial da sua alta ofereceu-lhe esta surpresa ás oito da manhã: uma t-shirt com o seu nome à frente e uma fotografia sua. Na parte de trás, um print das frases que a Fernanda mais nos repetia, e claro mais fotos da Fernanda com sonda nasogástrica (SNG) - à qual ela chamava tromba de elefante :) Só mesmo a Fernanda...

Depois nesta altura, alguém da equipa lhe ofereceu mesmo um peluche que era um elefante, e que a Fernanda adora! Ao peluche deu-lhe o nome de João: o nome do seu médico predilecto!

É uma experiência muito gratificante quando nos envolvemos assim, de alma e coração, por e com uma pessoa de quem cuidamos, dia após dia, noites e noites... E quando na escola nos diziam que enfermagem é a arte de cuidar, na altura não sabíamos, mas hoje sabemos que é isto: é este marcar de diferença que faz toda a diferença.

E é ainda isto o trabalho em equipa: o que conseguimos construir com a Fernanda!

Muitas outras pessoas faltam aqui nestas fotos, porque a equipa é enorme e é um privilégio o que aprendo um bocadinho com cada uma das pessoas neste serviço!


Fernanda ensinaste-nos imenso a toda a equipa e provaste-nos a todos que mesmo perante os problemas, preocupações, sofrimento, adversidades podemos sempre sorrir e ser nós próprias. Afirmaste as tuas vontades, desejos, projectos, decisões que fomos sabendo respeitar. E hoje concretizaste aquilo que desejavas: ir ao banco, ir ao cabeleireiro, almoçar fora (com tantas emoções fortes até me esqueci de te perguntar o que é que foi o teu almoço! Ainda me vais ter de contar esses pormenores gastronómicos), fazer as tuas compras, pintares as unhas...

Carta de Agradecimento da D. Fernanda

«Venho por este meio agradecer a toda a Equipa médica, de enfermagem e Auxiliares todo o bem que me fizeram. Só assim fui salva de morrer com uma doença bastante grave e vários problemas.

Peço a Deus que todos os doentes sejam da Unidade Medicina 1 B - Hospital Curry Cabral. Agradeço a vida a eles e peço por todos que sejam salvos e tão bem tratados como eu fui. Muito obrigado mais uma vez médicos, enfermagem e auxiliares da medicina piso 2 1 - B.

Não tenho palavras para vos agradecer.

A Doente, Maria Fernanda Marcelino»

Obrigado pelas tuas palavras Fernanda, do fundo do coração!

Não nos esqueceremos de ti e iremos recordar-te muitas e muitas vezes, iremos falar de ti sempre e recontar as tuas histórias, com um sorriso rasgado e o olhar a brilhar de vida: porque é assim que tu és, uma pessoa cheia de vida!

Morabeza: gosto do significado desta palavra!

Morabeza:

boa onda, bom feeling, sorrisos abertos

(nome do tema que Nuno Baltazar escolheu para a apresentação da sua colecção na Moda Lisboa. Inspiração Cabo-Verde)

sábado, outubro 17, 2009

Jantar

Mais uma vez fomos jantar à Adega das Gravatas. Se eu alguma vez imaginava... que me iria rir tanto e tirar fotografias ao lado de uma certa e determinada pessoa. A noite a terminar no Lizarran em Telheiras, como alguém disse, estilo taberna à espanhola com bom aspecto. Ficámos na esplanada e a noite estava óptima!

quinta-feira, outubro 15, 2009

O surpreendente...

Estar a escrever ao computador de porta encostada e o vidro que dá para o corredor ser daqueles vidros baços que não conseguimos ver nada para o exterior... passa no corredor um vulto: o D.R. e por uma pequena linha repara que sou eu que estou atrás do écran. Pára e fica a dar toques no vidro para me cumprimentar. Já não o via há algum tempo e fiquei contente com esta forma engraçada e invulgar de me ter feito notar a sua presença, ali.

Fiquei a saber só e só apenas hoje que o J.J pinta a óleo, mais um dom em alguém com quem sempre simpatizei muito! E depois ainda tive de ouvir que era inadmissível desconhecer tal talento (só mais um, entre tantos) nesta pessoa...

Estava a ir-me embora e de repente um carro que não reconheço trava. Abre-se o vidro e era o G.N. Ficámos à conversa, ambos no meio da estrada (mas não haviam carros atrás de nós). Em pouco tempo quisemos fazer actualizações! Numa conversa que durou segundos, perguntei-lhe se ia ao jantar de sexta-feira. Perguntou-me onde é que eu andava e o que é que estava a fazer. Disse-me que também estava a trabalhar noutro sítio diferente. E contou-me que vai passar o próximo fim-de-semana a Portalegre. De repente estamos a interromper a passagem de um carro e tivemos de nos despedir. E de repente esse carro buzina-me, e era nada mais nada menos que o I.T. Fiz um ar de incredulidade.

De repente teres voltado a ser "relevante" no meu dia de hoje, como que num acto de puro ilusionismo e de magia, por 3 motivos diferentes (num só dia!). Deve ser a sorte, ironicamente falando. Esqueço os acontecimentos em sucessão e não voltarei a pensar mais no assunto.

quarta-feira, outubro 14, 2009

Está tanto calor que parece que estamos numa estação do ano diferente. Hoje voltei a tirar do roupeiro roupa de Verão para vestir! De manhã ainda continuo a beber mazagran com gelo antes de ir trabalhar, e é bom...

O almoço foi na esplanada e enquanto passava pelo meio das palmeiras comentava com quem estava comigo "oxalá que nas minhas férias de inverno esteja este tempo incrível, ainda!"

terça-feira, outubro 13, 2009

Rua B

A minha rua já tem nome:

Rua Mário Cesariny

O início da semana

O que me deixou mais triste:
o PS ter perdido as eleições autárquicas em Estremoz!

Coisas boas da semana:
- Ter ido a Estremoz
- Estar calor. "É o Verão dos marmelos"!
- O Monhé ter-me devolvido finalmente os livros, e por incrível que seja, as fotocópias e não me ter tentado extorquir mais dinheiro. Obrigado Sílvia, Ana Elisa e Helder por terem sido as minhas testemunhas e me terem acompanhado em todas as visitas ao Monhé!!! Fico-vos agradecida do fundo do coração!
- Termos ido jantar ao Sushi Alentejano e ter descoberto que este restaurante é a antiga 1ª Sinfonia, sítio ao qual fui jantar algumas vezes e do qual gostava bastante, mas que não me lembrava da rua nem sabia como lá voltar. E fomos lá por acaso, mera coincidência, sem saber. Ao entrar reconheci de imediato o espaço e o Chefe, um senhor muito simpático. Lembro-me que aos domingos de manhã gostava de ir pescar, hoje fiquei a saber que é alentejano e ainda me deixou comer a mousse de after eight que estava a fazer (e da qual tinha saudades). Ofereceu-nos ainda como entrada bolinho de morcela com canela e gengibre que estava delicioso...
- O filme que fomos ver à 10ª Festa do Cinema Francês, Passe-Passe: "as ideias ás circunstâncias, como o amor"...

sábado, outubro 10, 2009

Seu Jorge

Acabo de encontrar um bocadinho daquilo que foi ontem o concerto do Seu Jorge no Campo Pequeno:

10 de Outubro: Dia Mundial dos Cuidados Paliativos

O Dia Mundial dos Cuidados Paliativos celebra-se anualmente no segundo sábado de Outubro, e é hoje comemorado!

Foi confortante e cuidativo, depois de uma noite de trabalho, logo ao amanhecer de um dia novo receber um telefonema da Dr.ª Isabel Neto na unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz a desejar um óptimo dia...

sexta-feira, outubro 09, 2009

Oxalá que corra tudo bem!

Olhar cansado a sorrir para um outro rosto alquímico e ingénuo... Imagino-vos a brincar com a M. e a darem-lhe asas enquanto ela cresce.
Um outro rosto ternurento, sonhador, com quem me identifico por muitas razões, com quem empatizo.
Como um balde de água fria é levantada uma hipótese, a mais provável. Teme-se o pior. Primeiro uma espécie de sol, depois uma espécie de morte. Tudo é confuso. Foi duro também para mim assistir a este momento. Vejo-vos sofrer e não sei bem como apaziguar tamanha dor. Vou-vos tateando sem saber o caminho. Concluo que sei pouco. Só posso imaginar: deve ser como estar-se perdido e sentir-se uma angústia negra desbotada. Agora quando volto a lembrar: apenas ecos de conversas, frases ditas, e "a dor, como um cenário atrás do cenário" o silêncio oco, denso das palavras que nos rasgam por dentro e o toque.
Que o tempo afaste o medo e permita o voo fundo e livre...

quinta-feira, outubro 08, 2009

Outros assuntos ("filhos do azar") e um jantar...


Vocês foram chegando, primeiro a Sílvia, depois a Ana, depois o Helder, depois o David e por fim a Catarina. É bom, muito bom mesmo ter a casa cheia com amigos, pessoas que fazem parte dos meus dias, das minhas histórias, dos meus telefonemas, das partilhas. O Monhé hoje acabou por nos juntar e este é o lado positivo da "coisa". Depois de termos ido tentar resolver a questão bicuda com o Monhé foi o Helder a ligar-me como que por coincidência. Depois quando o David estava a chegar encontrou a Catarina e assim juntámo-nos todos cá em casa. Fiz uma receita nova, by the book do José Avillez: lombinhos de cherne enrulados em presunto com molho de manjericão.
Entretanto o David já escolheu o que quer comer das próximas vezes: bife argentino, lombo de porco preto ao wisky. Vou fazer uma lista para memorizar aquilo que as pessoas não gostam. O Paulo não gosta de ervilhas. A Filipa gosta de tudo. O David não gosta de camarões mas gosta de bacalhau. A Ana não gosta de esparragado. A Sílvia não gosta de sumo de laranja. A Ana e a Sílvia não gostam de chá. O Helder gosta do vinho verde Quinta de Linhares...

quarta-feira, outubro 07, 2009

L'important

Em forma de carta, depois da nossa conversa, João:

Até prova em contrário acredito que as pessoas são bondosas por natureza e também acredito que pessoas boas podem fazer coisas muito más mas serem pessoas boas.
Até prova em contrário.

Hoje sei o porquê desta vontade da mudança de estação: o porquê de desejar tanto este tempo de Outono.

É bom quando a vida nos faz atravessar histórias e pessoas que acabam por nos responder a tantas questões e acontecimentos que nos inquietam. É bom quando essas pessoas nos aconchegam, sem saberem que o estão a fazer, porque transportam bocadinhos nossos e nos sabem ler: a nós, aos outros, e ás circunstâncias. É bom quando é impresso um movimento de "seguir em frente" com as fragilidades e vulnerabilidades que a vida nos revelou. O tempo que deixo para trás foi esse tempo.

A vinda deste Outono foi sinónimo de absorver a diferença, de me distanciar e de ficar longe do que não quero, de rasgar o passado em sentido e em significado: mostra-me para onde o Outro vai, o que atropelou, aquilo que não ouviu, o que foi incapaz de sentir, as oportunidades de aprender algo que lhe escaparam, o egoísmo. Perceber isto faz com que nada mais seja igual daí em diante. É uma responsabilidade grande.

Este Outono está a ser um tempo deveras apaziguante: fez-me aprender, deu-me a possibilidade de digerir o mundo e o incompreensível, permitiu-me ver para além do que fiz e do que fui. de começar, fazer, acontecer - sentimentos ascendentes para o futuro. aproximou-me mais, de novo, de tudo o que é importante e significativo, devolveu-me outra vez a esperança.

Sinto-me respirar de outra forma, mais livre, com o ar a expandir-se mais como o vento do Outono. A segurança de entender o mundo, no que é de todos e de cada um faz toda a diferença! Acho que neste Outono me tornei mais íntegra e honesta, capaz de me olhar e de olhar os outros nos olhos e saber o peso desse olhar, ser capaz de abrir as mãos e criar uma distância... porque o futuro é aquilo que ainda podemos fazer acontecer.

O medo deixou de me interessar. O meu lamento não consegue alcançar todos (alguns estão demasiado longe, sabemos disso). Não quero entrar por aí de novo.
Quero esquecer tudo e aprender de novo. Isto é honesto.

Quero a generosidade, o altruísmo e o cuidado.
Quero a inteligência para um mundo melhor.
Quero explicar-me em tudo o que fiz mal e afinal não conta assim tanto.
Quero a tristeza que seja um filtro e que me faça compreender tudo melhor (como hoje pensava enquanto te escutava João e partilhávamos tanto). Entendo-te, tu a mim.
Quero o tempo de espera para decidir. Controlar-me nessa decisão. Assim será a melhor possível e clara.
Quero a beleza.

Quero tudo o que for importante. E perto de mim todas as pessoas que me saberão ler... "mesmo sem dizer mais nada".

terça-feira, outubro 06, 2009

Novas estações de metro


Gosto mesmo muito da nova estação de metro do Saldanha: poética e luminosa!

No sofá vermelho...

Concerto: Projecto Amália Hoje


Muito especial por ser o primeiro no Coliseu foi um concerto demasiado vibrante, intimista, interactivo e explosivo, magnífica também a Orquestra Nacional da República Checa: Orquestra de Praga que tocou juntamente com o grupo...
Inesquecível!




Jantar cá em casa!

Fiz uma receita nova de um livro de que gosto muito do Chakall e ficou deliciosa: lasanha de salmão com espinafres e requeijão. O Paulo e a Filipa gostaram muito...


domingo, outubro 04, 2009

Um dia diferente com amigos...




Passeio. Um gelado no Santini. Comboio e linhas de metro desconhecidas para mim (a do saldanha muito poética e luminosa). Jantar e uma receita nova com acafrão. Uma casa diferente com bandeirolas/bandeirinhas coloridas a imitar lampâdas de cor no tecto, um fato de mergulho a decorar, e uma manta amarela a ser cortina e a fazer o ambiente clean. Muitas histórias e partilhas da vida em puzzle. Música e livros novos. Cinema. Dança. Bandas sonoras de filmes que nos tocaram. Jogos de sombras numa sala com um escadote. Depois quiseram fotografar-nos de óculos escuros que estávamos a experimentar e que estavam à venda numa loja kitsch. Dois concertos ao vivo de piano de música original e perfeita pelo Nuno Nabais - a perfeição da noite. Uma noite amarela e vermelha com folhas de árvore a serem contempladas pelos vidros das janelas. Uma tentativa de jogar ás escondidas dentro de um circo. E o João no meio dos Joões, "um grande Personagem"...

Uma despedida do Verão!