Construções
Um jeito. Múrmurio de sussurros. Não ter medo de trazer afectos e carregar memórias. Traumas emocionais fracturantes que se encerram em ciclos. O medo gasto. Recordações que escorregam por um tempo perdido. O início de alguma coisa. Atropelos de vida no amor. Amizades aleijadas. Empréstimos de ternura. O que os Outros nos devolvem. Noites entristecidas. Tropeçar no inesperado. Tributos de um corpo sobre outro, no chão. Pés descalços que se entrelaçam. Fios de tarde. Chuva miudinha de choro a envolver um abraço. Rasgos de alma que são como arrepios. Viagens a tempos passados para fechar desarrumos. Travessias de ego. O que deixa adivinhar perigos. Sorrisos contemplativos. Depois da dor, quase um prazer. Espreitar sensações. Como se se tratasse de um olhar cego. Tateações desconhecidas. Momentos calmos de brandura. Teias sentimentais. Dessarranjos de respeito, digo mentira. Desalojar a mágoa. Sacudidelas para longe do que não interessa mais. Desperdiçar o que perdeu brilho. Reconstruções. Nós de saudade q.b. Entrelaçar experiências. Expressar sentimentos novos devagar. Apalpar sonhos.
3 Comments:
Gostei, João! Muito bonito o teu texto. Apesar do silêncio dos últimos tempos, não me esqueci do teu "aguarela", nem das palavras... "Amizades aleijadas"... Bem dito. Perdoa!
Beijinho.
Obrigado João pelas tuas palavras aqui!
Um enorme mas enorme beijinho :)
Espero que esteja tudo bem e que a vida sorria com a graça do ar primaveril (que pelo menos aqui em Lisboa já se sente)!
PS: Quanto ás amizades aleijadas, nelas há coisas que até consigo perdoar mas não consigo esquecer e essas coisas têm repercussões...
Italo Calvino diz "um romance interrompido é um caminho que se rejeita".
Uma amizade aleijada também é um caminho que se rejeita naquilo que nos deixa mágoa, mesmo que se perdoe
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