quinta-feira, novembro 27, 2008

Peça de Teatro "Imaculados" no Teatro Aberto


"A peça são várias histórias que representam o nosso quotidiano, se vão cruzando e demonstram a dificuldade de hoje as pessoas viverem nas condições que lhes são impostas pela vida numa sociedade sem padrões de conduta e sem crenças", disse João Lourenço, director artístico do Teatro Aberto.

"Imaculados", peça escrita e estreada em 2003, é consierada por João Lourenço "a melhor peça da maior autora alemã da actualidade. Decidimos fazer esta peça porque tem que ver connosco e é de uma poesia espantosa".Caracterizando "Imaculados", o encenador apresenta brevemente as personagens: dois emigrantes clandestinos que se culpam de não ter impedido que uma mulher se afogasse; uma mulher que gostaria de receber mais atenção do marido e cuja mãe, doente, se instala em sua casa; uma jovem cega que dança num bar para homens que não vê e que a desejam; uma mulher só que está disposta a tudo para existir aos olhos dos outros; e uma filósofa que não aceita o envelhecimento, deixou de acreditar nas ciências do espírito e fala sozinha.


Nascida em 1964 em Traunstein, na Baviera, Dea Loher estudou Filosofia e Literatura em Munique e reside actualmente em Berlim.
Da sua obra teatral, várias vezes premiada pelos temas profundos e pela densidade poética e muito representada na Alemanha, mas também no Brasil, França, Noruega, Reino Unido, Áustria e Suíça, destacam-se peças como "Olgas Raum", a primeira, "Tatuagem", "Leviathan", "Fremdes Haus", "Adam Geist", "Manhattan Medea" e "Unschuld", título original de "Imaculados".
João Lourenço desejava apresentar uma peça de Dea Loher desde que esta esteve em Lisboa, em Dezembro de 1999, no âmbito da iniciativa Palavras de Palco 1, organizada pelo Goethe-Institut em parceria com o Teatro Aberto, para ler um excerto da sua peça "Barba Azul ou Esperança das Mulheres" e discutir com os autores portugueses e o público as suas ideias sobre a peça.

A peça cruza "as histórias de várias personagens numa linguagem actual, contemporânea e quase cinematográfica. Numa sucessão de cenas curtas, como se estivéssemos a fazer zapping, vamos conhecendo as histórias que se vão entrelaçando umas nas outras encontrando pontos comuns. São destinos cruzados que as contingências da vida separaram, que criam uma dança de roda marcada pelo humor do desespero e a energia de viver".


FICHA ARTÍSTICA

Autora: Dea Loher

Encenador: João Lourenço

Dramaturgia: Vera San Payo de Lemos

Interpretação: Irene Cruz, Francisco Pestana, Carmen Santos, Ana Nave, Ana Brandão, Inês Rosado, Luís Barros, Pedro Ramos, Amílcar Azenha, Quimbé, Carlos Pisco, Cátia Ribeiro e Ana Rita Trindade


Considerada uma das vozes mais inventivas e poéticas da nova dramaturgia europeia, como comprovam os muitos prémios que têm distinguido a sua obra, Dea Loher escolhe para as suas peças histórias e figuras do quotidiano e confere-lhes uma dimensão filosófica e universal ao apresentá-las na procura de respostas para grandes questões como o sentido da vida, as possibilidades de transformação da sociedade, a realização dos sonhos individuais. Em Imaculados, cruza histórias e personagens para tematizar a relação com o outro, com o estrangeiro, a responsabilidade e a culpa, a solidão, o confronto com a morte, a pertinência das utopias, a busca de felicidade, e demonstrar que, num mundo aparentemente regido pelo acaso, os seres humanos, afinal, acabam por estar misteriosamente ligados.»
Vera San Payo de Lemos

Uma peça de teatro que transcendeu todas as expectativas que tinha, de uma profundidade que toca o infinito e a eternidade. Simplesmente magnífica... Uma peça de teatro da vida! E a acompanhá-la o melhor concerto de acordeão ao vivo a que alguma vez tinha assistido.

2 Comments:

At 29/11/08 02:07, Anonymous Anónimo said...

de quem é esse concerto?

 
At 29/11/08 02:33, Blogger mjoão said...

O acordeonista é Rini Luycs, que está igualmente em palco durante a peça, a interpretar temas compostos para a mesma, pelo músico Rui Rebelo.

 

Enviar um comentário

<< Home